quarta-feira, 30 de maio de 2012




A ERA DE OURO DO RÁDIO

“Amigos ouvintes, bom dia!”
Era assim que a maioria das emissoras brasileiras iniciavam suas programações. A revolução radiofônica começara em 1931. Mas o rádio já existia antes disso. A transmissão pioneira é de 1922, e emissoras regulares instalaram-se a partir de 1923, de forma amadora. As rádios pioneiras eram formadas por sociedades ou clubes, financiadas por associados a fim de difundir a cultura e favorecer a integração nacional.
As primeiras emissoras denominavam-se sempre Rádio Sociedade (do Rio de Janeiro – 1923; de São Paulo, 1924) ou Rádio Clube (Paraná, Pernambuco, Santos, Ribeirão Preto, todas de 1924). Até o início da década de 30 já eram 21 emissoras instaladas no país e a programação baseava-se em música clássica, ópera e textos “instrutivos”. No ano de 1932 o governo autorizou a veiculação de propaganda no rádio.
Com a introdução dos patrocinadores começaram  ser lançados os cantores e cantoras que fizeram sucesso: Carmem Miranda, Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Almirante, Noel Rosa, Orlando Silva, Silvio Caldas e muitos outros. Concursos para eleição da Rainha do Rádio eram muito disputados em 1937 e a eleita foi Linda Batista que ficou 11 anos com o título, sendo derrotada em 1948 pela sua irmã Dircinha Batista. Em 1949, a eleição mais disputada foi entre as cantoras Marlene e Emilinha Borba, tendo sido eleita Marlene com meio milhão de votos.  Só em 1953, Emilinha Borba se elegeu Rainha do Rádio com mais de um milhão de votos.
As décadas de 40 e 50 tiveram uma geração de intérpretes de alto nível. Dalva de Oliveira, as irmãs Linda e Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Isaurinha Garcia, Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Nora Ney, Elen de Lima, Ivon Cury, Jorge Goulart, Agostinho dos Santos, Inezita Barroso, Carmen Costa, Zezé Gonzaga, eram apenas alguns dos principais nomes que se ouvia ao ligar o rádio. Angela Maria participou de vários programas de calouros e vencendo  quase todos eles. Dentre esses intérpretes da chamada velha guarda muitos já faleceram e outros agora se apresentam na televisão, no rádio ou só com seus discos você pode ouvi-los.
Apesar de todas as evoluções que o tempo nos  trouxe, o rádio ainda é o nosso melhor companheiro, pois podemos levá-lo para qualquer lugar. Quem não gosta de ligar o rádio e ouvir sua música cantada pelos seus intérpretes favoritos, ou  tocada por aquelas orquestras maravilhosas?
“Amigos ouvintes, boa noite e chega de saudades!”.

Texto: Mercedes Lázaro
Jornal: Canto Livre - 1998


postado: Yara Virginia

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