quarta-feira, 23 de março de 2011

Cordas

Muito bem. Agora, vamos falar um pouco sobre os instrumentos de corda. Conhecemos os modernos: o violino, a viola, o violoncelo e o contrabaixo. Mas é importante lembrar que antes desses instrumentos tornarem-se parte importante de uma orquestra, existiram outros. O primeiro instrumento de corda do qual se tem conhecimento é o Arco musical cuja origem é situada entre 35 e 15 mil anos a.C. Os instrumentos de corda tensionada mais antigos registrados são nove liras e três harpas encontradas numa tumba em Ur na Mesopotâmia datando de 2.600 a.C. Pinturas em paredes e efígies em cerâmica, madeira ou metal indicam a presença de tais instrumentos em época próxima no Egito Antigo e em ilhas do Mar Egeu. As representações dão a enteder que as liras tinham funções musicais de caráter religioso ou poético, enquanto que as harpas visavam o entertenimento e o erotismo. Os instrumentos que deram origem aos modernos violino, violão, guitarra, violoncelo se origiram do alaúde, utilizado inicialmente por pastores, que surgiu em época posterior.[1] Os instrumentos de cordas são importantes na história da música ocidental pois foi com um instrumento constituído de uma única corda, o monocórdio, que os filósofos e matemáticos da escola pitagórica descobriram todos os princípios matemáticos que regem os intervalos, escalas e a harmonia, dando origem ao estudo da teoria musical há mais de dois mil anos. A viola da gamba, ou violone, é qualquer um dos instrumentos de corda com traste desenvolvido no século XV, e usado principalmente na Renascença e no Barroco. A família se relaciona e descende da vihuela, um instrumento de cordas pinçadas, semelhante ao violão. Alguma influência no seu desenvolvimento, nem que seja apenas na maneira de tocar, se deve ao rabab mourisco. Os Vihuelistas começaram a tocar com o arco seu instrumento plano na segunda metade do século XV. Em duas ou três décadas este evoluiu para um instrumento de cordas totalmente novo, tocado com o arco que retinha muito das características originais da vihuela, de cordas pinçadas: uma parte traseira plana, cintura com concavidade acentuada, trastes, laterais finas e uma entonação idêntica – tanto que em castelhano é chamada de vihuela de arco. Devido a seu tamanho, comparativamente grande, este novo instrumento era segurado em pé, encostado no colo ou entre as pernas, semelhante à postura para tocar o violoncelo. Este costume originou o nome em italiano do instrumento viola da gamba, significando "viola de perna", o que também ajudou a diferenciá-lo de outro instrumento visualmente semelhante somente mais antigo e distantemente aparentado, da família do violino, que os italianos chamavam de viola da braccio (significando, literalmente, "viola de braço") Em termos de popularidade, a viola da gamba só perde para o alaúde, embora alguns possam questionar esta classificação, e, como o alaúde, era tocada por pessoas comuns, que atuavam como músicos amadores. Casas de pessoas importantes costumavam ter o que era chamado de cesto de violas da gamba, que podia conter um ou mais instrumentos de cada tamanho. Os conjuntos de viola da gamba, chamados consorts eram comuns nos séculos XVI e XVII, quando eram interpretadas canções em grupo ou verse anthem, um tipo de canção coral diferente dos motetos (chamados também de full anthen), e obras instrumentais. Apenas as gamba soprano, tenor e baixo eram integrantes regulares do conjunto (consort) de violas da gamba que, por sua vez, podia se compor de três a seis instrumentos. Esses conjuntos e a música composta para eles eram muito populares na Inglaterra, no período elizabetano, com compositores como William Byrd, John Dowland e durante o reinado do Rei Charles I, por compositores como John Jenkins e William Lawes. As últimas músicas compostas para conjuntos de violas da gamba foram provavelmente as escritas no início dos anos 1680 por Henry Purcell. A viola da gamba baixo continuou a ser usada no século XVIII como um instrumento solista e para complementar o cravo no baixo contínuo. Foi o instrumento favorito de Luís XIV e ficou associado à corte e à França (como o violino à Itália). Compositores como Marin Marais, Johann Sebastian Bach, Antoine Forqueray, e Karl Friedrich Abel escreveram músicas complexas para virtuoses do instrumento. Entretanto, as violas da gamba foram caindo no desuso à medida que as salas de concerto ficaram maiores e a tonalidade mais alta e mais penetrante dos instrumentos da família do violino se tornou mais popular. Nos últimos cem anos, mais ou menos, a viola da gamba e seu repertório foram revividos pelos entusiastas de música barroca e de música renascentista, um de seus primeiros entusiastas tendo sido Arnold Dolmetsch. Hoje, a viola da gamba atrai cada vez mais o interesse do público, especialmente dos músicos amadores. Isso talvez aconteça devido ao aumento da disponibilidade de instrumentos a preços razoáveis construídos por fabricantes que utilizam técnicas mais automatizadas de produção, bem como devido à maior facilidadede acesso a partituras com músicas para o instrumento. Além disso, a viola da gamba é tida como o instrumento ideal para alunos adultos; Percy Scholes escreveu que o repertório da viola da gamba "pertence a uma era em que a musicalidade era mais importante do que o virtuosismo". Existem, atualmente, muitas associações para pessoas com interesse na viola da gamba. A primeira (na Europa) foi a The Viola da Gamba Society, criada no Reino Unido em 1948 mas com sócios de todo o mundo. Desde então sociedades semelhantes foram criadas em vários outros países. Um museu de instrumentos musicais históricos, foi criado pelo prof. José Vázquez da Universidade de Viena, com o objetivo de ser um centro de reavivamento desses instrumentos. Mais de 100 instrumentos, incluindo 50 violas da gamba em perfeitas condições, são de propriedade deste novo conceito de museu: en:Orpheon - Museum of Historical Instruments. Todos os instrumentos deste museu podem ser vistos em exposições temporárias [2] e são tocados pelos membros da Orquestra Barroca Orpheon, do Orpheon consort ou por por músicos que os recebem como empréstimo permanente. São copiados por fabricantes de violino, contribuindo para a difusão do conhecimento geral da viola da gamba que se possui hoje, suas formas e as diferentes técnicas utilizadas na sua fabricação. O filme de 1991 Tous les matins du monde de Alain Corneau, baseado na vida de Monsieur de Sainte-Colombe e Marin Marais, revelou para novas audiências a música desses compositores para viola da gamba. A trilha sonora do filme inclui interpretações de Jordi Savall, talvez o gambista atual mais conhecido.

A família das violas:




Pardessus de viole






Viola da gamba soprano




Viola da gamba tenor






Viola da gamba baixo




Violone
Consulte também: http://vdgsa.org/pgs/video.html
Os instrumentos de corda modernos:

O violino apareceu na Itália durante a primeira metade do séc. XVI. Para tocá-lo, o instrumentista segura o violino de maneira a colocá-lo entre o ombro e o lado esquerdo do queixo, e apesar de as cordas poderem ser postas em vibração quando são dedilhadas com as pontas dos dedos (pizzicato), a maneira mais comum de fazê-las vibrar é passando o arco transversalmente nelas. O arco é uma vareta de madeira ao longo da qual são esticados mais de 200 fios de crina de cavalo, e antes que o arco possa ser usado é necessário passar uma resina na crina, chamado Breu, para uma maior aderência desta às cordas. A viola é um sétimo maior que o violino e ligeiramente mais pesada. Como o violino, é colocada debaixo do queixo para ser tocada, mas como o seu comprimento é maior, o instrumentista precisa estender um pouco mais o braço esquerdo para tocá-la. As cordas da viola são mais compridas e mais grossas em comparação com as do violino, e consequentemente, possui um som mais grave que se situa entre o violino e o violoncelo. O fato das cordas serem um pouco mais grossas que as do violino, confere à viola um timbre um pouco mais escuro e rico, menos brilhante que o violino, a corda mais grave da viola é uma quinta abaixo da corda mais grave do violino. O violoncelo é também muito conhecido pelo nome de cello, que constitui o diminutivo do termo em italiano. Ele é obviamente grande demais para ser colocado sob o queixo como o violino e a viola, por isso o violoncelo é sustentado, e levemente apertado pelas partes internas dos joelhos do executante, apoiando-se no solo por uma vareta regulável de metal chamado espigão. O violoncelo tem a maior extensão de todos os instrumentos de cordas, cobrindo quase quatro oitavas. Por possuir cordas mais longas e grossas, e de ser maior que o violino e a viola, o violoncelo tem um som cheio e penetrante, seu timbre é gloriosamente intenso e rico, as quatro cordas do violoncelo são afinadas uma oitava abaixo da viola. O contrabaixo, também conhecido pelo diminutivo baixo, é muito maior que o violoncelo, portanto, suas cordas são ainda mais longas e grossas. Para tocar o contrabaixo, é necessário que o instrumentista ou fique de pé ou parcialmente sentado em um banco ou tamborete bem alto. Hoje em dia, os baixos possuem quatro cordas, e às vezes, cinco, essa quinta corda alcançando o dó grave e desse modo situando a extensão do contrabaixo uma oitava abaixo do violoncelo. O contrabaixo pode ser também tocado com arco, porém, seu som tocado com a ponta dos dedos (pizzicato) é muito característico e conhecido. Os contrabaixos dão profundidade e ressonância ao naipe das cordas e praticamente a toda orquestra.



Violino




Viola




Violoncelo




Contrabaixo
Veja também: http://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumento_de_cordas http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_instrumentos_de_corda ________________________________________________

Nenhum comentário: