quinta-feira, 3 de março de 2011

Instrumentos de teclado em geral

Assunto do dia: cravos, espinetas, instrumentos de teclado em geral.

Percorrendo um pouco a história da música, encontramos tais instrumentos divididos em três categorias básicas: instrumentos de teclado com cordas pinçadas, marteladas e com tubos e vento.

Cada um desses instrumentos foi criado e desenvolvido de acordo com um período específico da história da música, caracterizando seu repertório.

Os instrumentos de teclado com sistema de tubos e vento, têm como seu representante o órgão, que é considerado o mais antigo dos intrumentos de teclado. Sua invenção é atribuída ao engenheiro grego Ctesíbio, que viveu durante o século III a.C. Documentos escritos, não muito depois de sua época, descrevem-lhe o invento como "uma das maravilhas do mundo" e dão a entender que o órgão por ele construído estava possivelmente baseado na idéia de utilizar mecanicamente a provisão de ar que era levado para um imenso jogo de tubos. Estava, pois, o ar armazenado em um 'someiro' e já havia inclusive um teclado que controlava a sua saída para os tubos.

O instrumento de Ctesíbio ficou conhecido como hidraulos (palavra construída com os vocábulos gregos que significam água e tubo), pois era a água que mantinha a pressão constante do ar no someiro. Durante o século IV d.C., o princípio hidráulico começou a ser substituído pelo pneumático (do grego, 'vento'), no qual o fornecimento de ar se fazia por meio de foles - sistema utilizado até os dias atuais.

Já os instrumentos de teclado com cordas pinçadas possuem um mecanismo que produz o som beliscando as cordas - ao acionar uma tecla, a mesma levanta uma pequena régua chamada saltarelo, que possui uma pequena palheta (chamada unha), que belisca a corda. Quando este saltarelo desce, a unha é recolhida por um sistema mecânico e um pequeno feltro abafa o som da corda. Isto ocorre em todas as teclas do instrumento. Temos como representantes dessa família de teclas o virginal, a espineta e o cravo. O que difere cada um deles é o repertório destinado, a construção e as possibilidades timbrísticas de cada um.

O virginal (em inglês, virginals) possui um único jogo de cordas e uma corda para cada nota. A peça "A Hornepype" de Hugh Aston (c.1485-1558) é uma das três mais antigas peças que se sabe terem sido escritas especialmente para virginal. Seu manuscrito data aproximadamente de 1530.







A espineta também possui somente um jogo de cordas e uma corda para cada nota. Foi denominada assim na Inglaterra do século XVII.

Este instrumento tornou-se popular na Inglaterra, sobretudo no período qua vai do final do século XVII até as últimas décadas do século XVIII. Henry Purcell (1659-1695) foi um dos compositores significativos para espineta.








Já o cravo foi desenvolvido durante o século XV (a primeira menção deste instrumento data de 1397). Os primeiros cravos possuiam apenas um manual (teclado). Já as versões deste instrumento construídas depois do século XVII podem contar com um ou dois manuais, apresentando também dois, três ou mesmo quatro jogos de cordas completos soando simultaneamente, isto é, cada tecla do instrumento pode beliscar de uma a quatro cordas simultaneamente, proporcionando um grande leque de possibilidades sonoras e timbrísticas.









Dando sequência, os instrumentos de cordas percutidas começaram a aparecer no início do século XVIII.

Embora não sejam conhecidos os dados do clavicórdio no seu passado mais remoto, ele já existia no princípio do século XV. O clavicórdio é o que tem a ação ou mecanismo produtor de som mais simples. Fixada na extremidade de cada tecla, se acha uma pequena lâmina de bronze, na vertical, chamada tangente. Quando a tecla é acionada, a sua extremidade oposta se levanta, tal como uma gangorra, fanzando a tangente percutir o par de cordas, logo acima. A tangente, até que seja solta, permanece exercendo pressão sobre as cordas.






Em 1713, Couperin, compositor e cravista francês escreveu: "O cravo tem uma perfeita extensão e, por si só, é um intrumento brilhante, mas já que é impossível fazer crescer ou diminuir a sua sonoridade, ficarei para sempre grato a quem, com infinita arte e bom gosto, contribua para tornar este instrumento capaz de expressão..."

Curioso é que 15 anos antes de Couperin escrever estas palavras, sem que ele nada soubesse, um novo instrumento de teclado e cordas já havia sido inventado. Um instrumento que combinava brilho e potência do cravo com as qualidades expressivas do clavicórdio e que, no devido tempo, acrescido de algumas melhorias, iria tornar-se no mais popular de todos instrumentos: o piano (forma abreviada de pianoforte).

Este, desde 1697, havia sido inventado por Bartolomeo de Cristófori (1655-1731), encarregado da conservação de instrumentos na corte da família Médici, em Florença, na Itália. Por volta de 1700 Cristófori construiu o clavicembalo com piano e forte ("cravo com piano e forte"). Este novo instrumento possuia recursos expressivos, que partiam desde um piano a um forte em nuances até então não conhecidas em instrumentos de teclado. Além disso, era possível executar o contraste entre um legato e stacatto. Além disso, o insttumentista poderia executar uma expressiva melodiaao estilo cantabili ("cantado"). O primeiro compositor, pelo que se sabe, a ter escrito peças especificamente para piano foi o italiano Ludovico Giustini (1685-1743).






Para um início de pesquisa mais elaborada, este link oferece insformações básicas sobre instrumentos de teclas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumento_de_teclas

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